quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Um sonho realizado

Noite feliz, noite feliz... E o som da música invadia todo o ambiente. Léa arrumava sua linda casa para a recepção da noite de natal e de seu aniversário, que por coincidência eram no mesmo dia. À noite a casa estava linda! Léa começou a esperar os convidados, que vinham chegando aos poucos. Uns chegavam, cumprimentavam, comiam alguma coisa e iam embora, outros ficavam mais um pouco. Quando os sinos tocaram meia noite. Léa percebeu que já estava sozinha.
Ela ficou muito triste e sentou-se numa cadeira de balanço. Pensativa, ficou até adormecer e entrou no mundo estranho dos sonhos. Sua casa estava cheia, crianças correndo, outras brigando para poder armar a árvore de natal.
 - Vovó, eu posso ajudar também? - Não, Vinícius, você é muito pequeno, vá ajudar a enrolar os brigadeiros.
 - Lívia, cuidado para não quebrar a bola, querida!
 - Paulinha e Laís venham me ajudar a bater o bolo.
 - Danilde, minha linda, você toma conta de Suyane para vovó?
 - Tomo vovozinha.
 - Thalita, querida, dê um banho em Danila, que a cara dela está cheia de brigadeiro.
 De manhã D. Léa acordou sorrindo. E com muito amor para dar tomou uma decisão muito séria.
 D. Léa tinha muito dinheiro, nunca pensou em se casar, sempre viveu para o trabalho. Não se sentia velha, ao completar 60 anos. Agora ela sentiu que as pessoas precisam muito mais que coisas de luxo. E no dia 26 de dezembro, foi ao orfanato e adotou 8 crianças como seus filhos. Todos achavam um absurdo, que ela estava louca, mas D. Léa sabia que foi a melhor coisa que fez em sua vida.
 - No próximo natal, meus queridos, vocês vão encher essa casa de alegria. Boa noite, meus anjos!
 - Boa noite, mamãe! E as vozes soaram em coro. E Dona Léa foi dormir, com o coração cheio de amor e esperança.
 Telma Costa (Conto publicado no Jornal Sul de Sergipe pelo escritor Carlos Tadeu época em que colaborava com o jornal estanciano no ano de 1998 e também publicado no seu livro “A vida é um tremendo mistério” publicado em 2010.)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O Relógio da Vida

"Um dia, porém, também deixam de existir. O coração pára para sempre, os olhos fecham para contemplação de tudo e o cérebro deixa de funcionar. O homem e a mulher, entretanto como artigos pessoais e especiais, sempre serão lembrados pela sua fisionomia, pelo seu sentimento, pelos seus gestos e atitude na memória de muitos; bem diferente, portanto, dos relógios que marcam as horas, mas não assinalam a saudade."Junot Silveira,a Tarde,Salvador,Ba. Do Livro As relações humanas em destaque de Gétúlio Pinto-Editora Nobel. 

NUVEM MARLI

Era uma vez uma nuvem que não gostava de ser nuvem. Vivia pelo céu tocada pelo vento, pra lá... pra cá ... pra lá...pra cá... A nuvem se chamava Marli e vivia reclamando e cantando assim: Sou nuvem ligeira No céu passeando De tanto ser nuvem Já tô enjoando (bis) A nuvenzinha Marli cantava pelo céu, muito zangada porque era uma nuvem e queria ser outra coisa. Um dia ela viu passando um bonito avião e disse: - Já sei, eu quero ser um avião. Começou a se espichar pra todos os lados. . Depois de muita luta, Marli conseguiu se transformar em um avião. Ficou no céu, pra lá... pra cá ... pra lá...pra cá...Marli não era um avião, não voava como um avião, não tinha piloto, não roncava como o avião. Desiludida, ela voltou a cantar assim: Sou nuvem ligeira
No céu passeando De tanto ser nuvem Já tô enjoando (bis) Foi quando ela viu um lindo passarinho voando ao seu redor e decidiu: - Eu agora quero ser um passarinho. E novamente começou se espichar pra todos os lados. Depois de muita luta, Marli conseguiu se transformar em um passarinho que ficava pelo céu pra lá... pra cá ... pra lá...pra cá... Passarinho canta e Marli não conseguia cantar, passarinho voa rápido e ela só ficava pra lá... pra cá... Que chato! Dizia Marli muito zangada, eu não quero ser nuvem. Cantava: Sou nuvem ligeira No céu passeando De tanto ser nuvem Já tô enjoando (bis) Muito zangada com sua vida de nuvem, Marli viu um brilhante foguete rasgando os céus. Que maravilha! – Disse Marli. Eu quero é ser foguete! E recomeçou os seus movimentos .Depois de muita luta, Marli conseguiu se transformar em um foguete que ficava pelo céu pra lá... pra cá ... pra lá...pra cá... Foguete solta fogo, Marli não conseguia soltar, e além disso cadê o piloto? Ela só ficava no céu pra lá... pra cá... Que chato! Dizia Marli muito triste, eu não quero ser nuvem e não consigo ser outra coisa. Sua tristeza foi tão grande que começou a chorar .
Chorou tanto que o lugar que ela estava começou a ficar bem verdinho, nasceu flores, folhinhas e uma relva muito linda! A nuvem Marli olhou aquela transformação admirada, e se perguntou: - Será que foi a minha chuva que fez isso? Para ter certeza, foi chorar em cima de uma árvore que estava muito feia e seca. Chorou durante algum tempo e eis que a árvore se transformou em um lindo pé com frutos, flores, folhas verdes. Marli descobriu que podia ser útil, que ser nuvem tinha suas vantagens e que se não fosse ela, as plantas morreriam. Descobriu que Deus tinha um trabalho pra ela e que ela era especial e unica. A partir de então ela ficou muito feliz bailando no céu pra lá... pra cá ... pra lá...pra cá... FIM

domingo, 4 de dezembro de 2011

Hospital do Senhor

Fui ao hospital do Senhor para fazer um check-up de rotina e constatei que estava doente. Quando Jesus mediu minha pressão, verificou que estava baixa de ternura. Ao tirar a temperatura, o termômetro registrou 40 graus de egoísmo. Fiz um eletrocardiograma e diagnosticaram que necessitava de uma ponte de amor, pois minhas artérias estavam bloqueadas por não abastecerem meu coração vazio. Ortopedicamente tinha dificuldade para andar lado a lado e por não conseguir abraçar irmãos por ter fraturado o braço; ao tropeçar na vaidade, tinha miopia, constatada por não enxergar além das aparências. Queixei-me de não poder ouvi-lo. Então, Ele diagnosticou: bloqueio, em decorrência das palavras vazias ditas no dia a dia. Obrigado Senhor, por não ter custado nada a consulta, por sua grande misericórdia. Prometo, após ser medicado e receber alta do hospital, somente usar homeopatia, que são os remédios que me indicou e estão no receituário do Evangelho de Jesus Cristo. Vou tomar ao me levantar, chá de obrigado Senhor, ao entrar no trabalho, um suco de bom dia irmão, de hora em hora, um comprimido de paciência com meio copo de humildade e, ao deitar, duas cápsulas de consciência tranqüila. Assim, tenho certeza, que não ficarei doente e, que todos os dias serão de Natal. Prometo prolongar este tratamento preventivo por toda a minha vida, para que quando me chamar a morte, seja natural. Obrigado Senhor, e, perdoe-me por ter tomado o seu tempo.
 Anônimo