Sorri de você
Sorri com você
Sorri com o tempo da gente
Sorri de nos dois dividindo o mesmo espaço
Conhecendo outros sorrisos
Sorriso de esperança
Sorriso de medo
Sorriso de fé
Podíamos montar o circo do sorriso
Seriamos os palhaços da vida
Da vida com risco
Vida sem risco
Vida com futuro
Vida sem sombras do amanhã
Montamos o palco
Ligamos o rádio
Cantamos uma canção
Canção embriagada de fé e esperança
De repente o rádio silencia
O rádio pifou
Troquem as pilhas-alguém gritou
Nada adiantou
O radio quebrou
No mesmo instante a luz do palco se apaga
Todos os sorrisos se escondem
Sinto o desespero da solidão
Uma vela ascende
Sinto calafrio
Vejo você calada
Você odalisca da minha vida
Seu rosto coberto por um véu negro
Arranco o véu da escuridão
Você nua, sem disfarce
Você agora é real
Você é a dama da morte
Que sem pedir licença
Carrega o meu sorriso
Sorriso amarelado de medo
Que parte sem tempo
De despedir-se dos sorrisos amigos
Telma Costa
Poesia inspirada no meu irmão, falecido em 5 de dezembro de 2009, classificada no 28º Concurso de Poesia Falada de Estância(Maio de 2010).
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