Noite feliz, noite feliz... E o som da música invadia todo o ambiente. Léa arrumava sua linda casa para a recepção da noite de natal e de seu aniversário, que por coincidência eram no mesmo dia.
À noite a casa estava linda! Léa começou a esperar os convidados, que vinham chegando aos poucos. Uns chegavam, cumprimentavam, comiam alguma coisa e iam embora, outros ficavam mais um pouco. Quando os sinos tocaram meia noite. Léa percebeu que já estava sozinha.
Ela ficou muito triste e sentou-se numa cadeira de balanço. Pensativa, ficou até adormecer e entrou no mundo estranho dos sonhos.
Sua casa estava cheia, crianças correndo, outras brigando para poder armar a árvore de natal.
- Vovó, eu posso ajudar também?
- Não, Vinícius, você é muito pequeno, vá ajudar a enrolar os brigadeiros.
- Lívia, cuidado para não quebrar a bola, querida!
- Paulinha e Laís venham me ajudar a bater o bolo.
- Danilde, minha linda, você toma conta de Suyane para vovó?
- Tomo vovozinha.
- Thalita, querida, dê um banho em Danila, que a cara dela está cheia de brigadeiro.
De manhã D. Léa acordou sorrindo.
E com muito amor para dar tomou uma decisão muito séria.
D. Léa tinha muito dinheiro, nunca pensou em se casar, sempre viveu para o trabalho. Não se sentia velha, ao completar 60 anos.
Agora ela sentiu que as pessoas precisam muito mais que coisas de luxo. E no dia 26 de dezembro, foi ao orfanato e adotou 8 crianças como seus filhos.
Todos achavam um absurdo, que ela estava louca, mas D. Léa sabia que foi a melhor coisa que fez em sua vida.
- No próximo natal, meus queridos, vocês vão encher essa casa de alegria. Boa noite, meus anjos!
- Boa noite, mamãe! E as vozes soaram em coro.
E Dona Léa foi dormir, com o coração cheio de amor e esperança.
Telma Costa
(Conto publicado no Jornal Sul de Sergipe pelo escritor Carlos Tadeu época em que colaborava com o jornal estanciano no ano de 1998 e também publicado no seu livro “A vida é um tremendo mistério” publicado em 2010.)
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