Passando da poesia para o momento de apreciação aos encantos da lua, pedi a minha sobrinha que trouxesse uma cadeira para mim e comentei que naquele momento estava sentindo saudades do meu irmão (falecido há dois anos), pois ele adorava também sentar a porta da casa para conversar com os transeuntes.
Meu pai perguntou o que foi eu tinha falado. Repeti o assunto e perguntei se ele sentia saudades do meu irmão. Ele respondeu que não.
-Como não, meu pai, o senhor não sente saudades do seu filho?
Verdadeiramente ele responde:
- Como posso sentir saudades de um filho que só desejava meu mal, minha morte?
- É verdade meu pai. Mas o senhor é crente e a bíblia manda que a gente perdoe, não é verdade? E o senhor também sabe que ele tinha problemas com o álcool.
- Sim, minha filha, isso tudo é verdade! Eu já perdoei seu irmão por tudo que me fez, mas não sinto saudades dele.
- Nem um pingo?
- Nem um pingo.
- Na sua parte o senhor tem razão meu pai, mas eu sinto falta dele e muitas saudades!
E continuamos em silencio,admirando a bela e resplandecente lua, eterna enamorada do meu velho pai.
Ps: Meu irmão desenvolveu um ódio sem explicação por meu pai que só a espiritualidade explica.
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