Passeando pela linha verde, em direção à praia do Abaís, avistei um casal de urubus no coqueiral, parecia que estavam a refletir sobre a vida.
Desde adolescente que tenho admiração por estas aves, achava-as bonitas e diferentes e ficava a imaginar o porquê, eram tão rejeitadas, excluídas.
Respondiam que era o gosto delas por lixo, dos restos animais. Eu respondia: e daí, é a natureza deles!
Hoje fico a imaginar qual é a culpa dos urubus, já que no reino animal não existe o processo da educação?
Como seriam os urubus se lhe ensinassem as etiquetas? Eles aprenderiam? Ou a natureza falaria mais alto?
De acordo com Maquiavel (cientista político) a natureza do homem muda de acordo com a situação em que se encontra.
Assim sendo, será que a educação tem o poder de modificar a nossa natureza? Nossas atitudes? Ou será que revelamos a nossa verdadeira essência de acordo com que a vida nos oferece?
É também do saber popular que a nossa espécie é diferenciada das outras, pela racionalidade, sustentada na consciência do que é certo ou errado.
Bela sabedoria!
E a nossa sociedade racional deixa as crianças conviverem com os urubus que vivem de acordo com que a sua natureza irracional lhes oferece.
Assim caminha a humanidade...
E os urubus?
Tem seus admiradores: o sábio escritor Rubens Alves, eu, e até aqueles que lhe ofereçam uma bela canção “Os urubus e as nuvens”.
Telma Costa
MUito bom Telma. Adorei! Esta pequena cronica diz muita coisa e vale refletir. Bj
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