sexta-feira, 29 de maio de 2020
terça-feira, 26 de maio de 2020
Ideia ou brincadeira? Por Carlos Tadeu em 1987
O prefeito de Propriá está promovendo um concurso realmente curioso, “ inédito no país”, para descobrir o homem mais feio de sua comunidade. Como a imprensa gosta de novidade, algo assim fora da rotina, tem dado muita publicidade ao referido “certame”, inclusive jornais de grande porte do país. Nada menos de 100 mil cruzados para o cara mais feio (não sei se mulher vale), incluindo aleijado ou deformado.
Pensando bem, isso é uma ideia, falta de melhor inspiração, ou ainda uma brincadeira de mau gosto? Que proveito se pode tirar em realçar esse lado pouco feliz dos seus semelhantes?
Bem se sabe que todos somos criaturas humanas, porém mortais, dotadas de um espírito eterno. O corpo físico, portanto, é transitório, passageiro, uma maravilhosa embalagem.
Muitas vezes, as pessoas podem estar feias por doenças, ou mesmo acidentes, deformações ou capricho da natureza. Não há nenhum mérito ou desmérito nisso.
Na nossa opinião, devia se destacar ou premiar, no Brasil de hoje, outros aspectos da vida, - o lado humano ou patriótico das pessoas… pessoas que gostam de servir… aqueles brasileiros mais sensíveis, que provam um grande amor à sua terra, à pátria. Dos que sentem imensa vontade de ajudar, servir, cooperar por um Brasil novo e melhor, independente de aspectos físicos. Não seria mais construtivo assim?
(1987)
Daniel Fernandes Reis- pseudônimo jornalístico e literário
Carlos Tadeu
O tempo precioso de todos nós!
Há algum tempo atrás as crianças batiam na minha porta a fim de atenção de alguém que brincasse com elas e a todas eu recebia com zelo e carinho.
Às vezes minha filha ficava enciumada e eu a abraçava, achava engraçado o seu ciúme infantil e a conquistava dizendo que todos somos filhos de Deus, carentes de atenção.
Certa ocasião uma garota que teve uma intriga com minha filha tocou em minha porta e disse: Telma posso entrar? Minha filha grita do sofá: Nãoooooo.
Eu converso com minha filha e deixo o seu desafeto entrar. Não sei se agi certo para o seu sentimento e o nosso relacionamento futuro de mãe e filha. Só sei que não sabia rejeitar as crianças que vinham a mim.
Uma dessas crianças brincando em minha casa me questionou: - Telma que bom que você tem tempo pra gente. Minha mãe é muito ocupada e não pode brincar como você.
Eu respondi: - nossa incrível a ocupação de sua mãe e gostaria de ir lá parabenizá-la por ser tão ocupada.
Abri a porta e ela ficou parada, paralisada. Eu disse: “vamos lá, quero ver o que sua mãe está fazendo.” Falei por falar. Eu já sabia que ela descansava dos serviços domésticos.
Ela sem graça falou:- Minha mãe está dormindo Telma e se eu a acordar vou levar bronca.
Então ela foi brincar com minha filha, eu fui fazer pipocas para o lanche e na certeza que ela na sua inteligência de pré-adolescente entendeu que cada um escolhe o que faz com o seu valioso tempo.
E o tempo passa e todos crescem ou morrem no meio desse caminhar e hoje eu fico a observar que nenhum deles tem um pouco de tempo para lembrar dos bons tempos da infância e tirar um pouco do seu precioso tempo para me mandar uma mensagem ou até um telefonema.
Mas eu me conformo neste tempo de pandemia, um tempo tão delicado e complexo que nos dá tanto tempo para pensar em coisas que nos trouxe alegria, empatia e até pequenas desarmonias com todos que estiveram ao nosso redor.
Penso também que o meu tempo dedicado não foi em vão e com certeza serviu para despertar o meu dom de escritora infantil e que todas as crianças que conviveram comigo fizeram e fazem parte do meu imaginário, assim como o povo de Estância serviu para as ficções do escritor Jorge Amado nos seus aclamados livros Tieta do agreste, Tereza Batista Cansada de Guerra e Capitães de Areia.
Assim aprendo que o tempo ensina e por isso sempre é bom refletir que cada um usa o seu tempo como quiser, para ser grato, reclamar o até questionar como fez o mestre Jesus no seu último ato: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
E eu agradeço a Deus por eu ter usado o meu tempo em coisas edificantes e valiosas e que no final a vida sempre está em concordância com os Seus mistérios e com as afirmações da sagrada bíblia “Portanto tudo pra Ele, por Ele e a Ele seja a gloria perpetua.” (Romanos)
Amém!
terça-feira, 12 de maio de 2020
João Nascimento: O homem e o mito
Quem conheceu João Nascimento Filho na intimidade afirma, sem medo de errar, que ele foi um grande homem, sábio, culto, estudioso de nossa cultura, mestre da vida.
Seu forte foi a cultura. Sem pejorativos. Lia, pesquisava, sabia muito - “ um poço de sabença”, como dizia Jorge Amado, em tom de brincadeira e seriedade ao mesmo tempo.
João admirava Jorge, Jorge admirava João, ambos cultos, inteligentes, geniais, evoluídos.
Jorge lamentava o João, estanciano bairrista, coitado, tão preso à terra, apegado à província, enquanto o amigo voava, crescia com sua literatura rica, seus romances “quentes” de sexo, suor e lágrimas do povo.
João Nascimento Filho, foi um dos nossos maiores jornalistas, intelectual de peso, professor, poeta, poliglota…
Mas seu maior mérito foi como chefe de família, deixando uma família linda – bem estruturada- nada menos que quatro casais de filhos lutadores, todos inteligentes, cultos, modestos, sem ostentação e vaidades , como ele fora e deixara a própria vida, como exemplo.
****
O sábio João N. F
Ele foi um gênio, um sábio,
sem exagero, mas com esmero,
um grande mestre da vida
e não sabia…
não se dava conta disso
não se preocupava com isso,
a fama e o sucesso não lhe abalaram
não lhe subiram à cabeça,
como aqueles homens tolos
(segundo Sidarta)
que se envaidecem tanto, por nada.
Mr. Nascimento Filho
o maior de todos os nossos escribas
o mais apurado cronista
e emérito jornalista
marcou também uma época
viveu bem uma fase épica
como poucos conterrâneos
fez história e foi história
na história da cultura estanciana.
Daniel Fernandes Reis- pseudônimo jornalístico Carlos Tadeu
LIVRO: CRÔNICAS DA VIDA- II
RECORDANDO SANTOS DUMONT
Há um fato curioso na vida e no invento de Alberto Santos Dumont, brasileiro genial que inventou e construiu o primeiro avião, ele próprio servindo de piloto e “cobaia”.
Ainda muito jovem, Santos Dumont sonhou voar. Um sonho fantástico, para o seu tempo e na sua cidade. Como o Brasil era ainda um país muito atrasado – no tempo do Imperador Pedro II- ele se mandou para a França e foi na agitada Paris que fez suas primeiras experiências, coroadas de sucessos, por fim.
Logo o AVIÃO ganhou o mundo e o invento do brasileiro baixinho, “raquítico”- de físico frágil e miúdo- e foi sendo aperfeiçoado e usado na
guerra, para matar e destruir e não só para a paz e o sucesso, como idealizou Santos Dumont.
É aí onde entra o sentido de nossa crônica. A deturpação dos valores, o avião foi inventado e construído para fins elevados e construtivos- ideais sadios- encurtar distâncias, transportar alimentos e doentes de regiões inóspitas, enfim, ajudar o homem na sua escalada para o bem.
Mas, o homem deturpa as coisas e passou a usar o avião para MATAR, nas guerras mais estúpidas e violentas.
Já velho e desiludido de tudo, Santos Dumont escutava os rádios ou lia as manchetes dos jornais: AVIÃO ALEMÃO bombardeia tal cidade e destrói tudo, matando centenas de inocentes…
Essas notícias se sucediam e o grande pioneiro, já velhinho, começava a ficar muito desgostoso com o seu invento:
_ Então é isso? Foi para isso que eu inventei o avião? Para matar, destruir, piorar mais esse mundo horrível???
Triste acabrunhado, ele não resistiu às novas notícias de guerra, os tremendos bombardeios de Hitler, e se suicidou!!!
(Set. 1990)
Livro: A Vida é um Tremendo Mistério Ano:2010
Crônicas de Carlos Tadeu (Daniel Reis)
segunda-feira, 11 de maio de 2020
COMO NASCEU LAMPIÃO
Conta-se que Virgulino Ferreira era um jovem honesto, trabalhador, normal. Levava a vida como todo jovem de sua cidade, no interior de Pernambuco. Estudava, também.
Súbito, sem encontrar explicação, seus pais apareceram mortos, com
as cabeças cortadas. Revoltado, foi procurar a justiça…
Eram três homens que estavam abraçados, um juiz, um delegado e um
chefe político, Virgolino aproximou-se:
-Seus doutores, mataram meu pai, mataram minha mãe, cortaram-lhe a
cabeça e enfiaram na estaca que segura a porteira.
E chorando convulsivamente:
- Eu peço, por Deus, seus doutores, peço justiça. Sei quem matou
meus pais, e sei quem é o mandante também.
Uma gargalhada, duas gargalhadas, três gargalhadas.
Chorando mais ainda, o moço voltou a implorar:
- Seus doutores, por Deus, peço justiça!!!
Mais três gargalhadas! A noite caiu. No dia seguinte, nasceu
Lampião, o “bandido” mais temido do nordeste!!!
Conta-se muitos “causos” de Lampião. Que ele foi muito violento, “
bandido sem alma”. Assaltava e saqueava vilas, aldeias, fazendas.
Tomava tudo dos ricos e distribuía parte com os pobres e com a
manutenção do seu bando.
Mas, nem sempre ele foi injusto. Certa vez saqueou uma rica
fazenda e levou todo o dinheiro, ouro, joia. Na aldeia seguinte encontrou um
padre gorducho e lhe entregou um montão de dinheiro: - distribua com os mais pobres e necessitados,
reverendo.
_ Pois não, seu Lampião- respondeu, tremendo de medo.
Mas, o padre não era muito honesto e usou mal o dinheiro. Na
volta, Lampião soube do acontecido e deu o troco. Com raiva, Lampião se tornava
feroz, agressivo, mas poupava os humildes e as crianças… Lampião exagerou,
terminando mal os seus dias metralhado pela polícia alagoana, ainda jovem.
Mas, teria ele só culpa, crimes? E a justiça, que riu da sua dor,
que aplaudiu a tragédia com seus pais?! Como Deus julgaria o Lampião??? Aí só
Cristo sabe…
(1994)
Livro: A Vida é um Tremendo
Mistério Ano:2010
Crônicas de Carlos Tadeu (Daniel Reis)
Desenho de Burzum -Gartic
FALTA DE AMOR TAMBÉM MATA
Uma viúva dedicava-se totalmente ao bem-estar de seus filhos, que eram muitos. Eles, porém, tratavam-na com indiferença.
Por falta de amor ela definhava dia a dia. Por fim, não resistindo
mais, acamou-se gravemente enferma. Compadecidos, seus filhos cercaram-na de
todo carinho.
-Fostes tão boa para conosco.
E a velha, chorando, sensibilizada:
- Meus filhos, por que não me disseram isso antes? Agora já estou
morrendo. Agora já não adianta mais. Estou morrendo à míngua de amor…
O fato realmente ocorreu, não se pode precisar nomes e detalhes.
A gratidão é uma característica do ser humano espiritualizado. A
mãe dá sempre o melhor de si e merece o nosso reconhecimento. Morre-se, também,
por falta de amor.
Não só a mãe dedicada pode morrer pela indiferença de seus filhos,
como muitos outros.
Conheci aqui uma mocinha órfã, marginalizada- a tristeza em
pessoa. Ela se queixava tanto do desprezo e desamor que a sociedade lhe dava,
só porque nasceu pobre, perdera a mãe muito cedo e não sabia, não tinha jeito
para bajular ninguém.
Uns são mais espertos, sabem fingir e “agradar”; outros não sabem,
mas nem por isso merecem menos consideração e amor que os primeiros.
Questão de temperamento, apenas.
O certo é que a joaninha foi embora, tudo aqui lhe negaram, amor,
emprego, compreensão, ela que, no fundo, tinha tanto amor e talento para dar…
É triste, deveras. O mundo está em ruína moral, decaindo em
espírito, justamente por falta de amor, de mais sinceridade no ser e viver o
cristianismo que Ele pregou. Poucos se interessam em saber COMO
VAI TEU IRMÃO, estando felizes da vida e bem favorecidas da sorte…
(1974)
Livro: A Vida é um Tremendo
Mistério Ano:2010
Crônicas de Carlos Tadeu (Daniel Reis)
Estância
Estância da tradição
Ainda és minha admiração
Do amor aos nossos sonhos
Ainda.
Estância de uma vez
Onde lágrimas se fez
A história de um São João
Tão lindo.
Estância que vibra até
Os nossos corações
Em ritmo acelerado
Fugindo por todo lado
Do teu tão festejado
Buscapé
Estância da cultura
Ressalta os teus valores
Artístico culturais.
Para nós os seus pecadores
Reconhecidos além-mar
Só fica quem te souber
Amar.
Estância és feliz
como berço da imprensa
com teu famoso “Recopilador”
e tanta coisa para lembrar.
Tens a linda praia do “Saco”
tens os artistas Judite e Rogério
Ailton Lima, Eraldo e Félix
os gêmeos Cosme e Damião.
Na escultura de barro tão decantada
Jonas é o novo campeão.
Tens a praia mais amada
a orla mais falada
“ABAÍS”.
Livro: A Vida é um Tremendo
Mistério Ano:2010
Crônicas de Carlos Tadeu (Daniel Reis)
domingo, 10 de maio de 2020
O Litoral Estanciano
LIVRO
CRÔNICAS DA VIDA- I
O
Litoral
Estanciano
É um passeio turístico que
vale a pena, um giro pela orla atlântica do nosso município,
chegando até Zé do Baião, pra conhecer seu famoso “harém”,
contornar o mar dos Abaís pela orla oceânica ate o “ Saco” e
depois entrar no caminho que dá para o Porto do Mato.
Foi o giro que fizemos com
alguns amigos, - Marilene e Lico, Gina e Júnior, além de Ana
Cristina, que tem muita vocação para repórter.
As praias estancianas estão
cada vez mais belas e apaixonantes.
Mesmo em dia de pouco sol e
poucos banhistas, numa quinta-feira, a beleza do mar aberto contagia.
Não tem dinheiro que pague um passeio pela orla marítima, com a
maré baixa, até o “ Saco”.
Nosso objetivo era
entrevistar Joana e o Pe. Leeb, figuras “internacionais”, que
tanto se interessaram por aquele recanto do nosso município. A obra
de Pe. Leeb extrapola toda a nossa previsão.
Infelizmente, eles tinham
viajado ao Rio, mas fomos bem recebidos pelo administrador do Centro
Social/Pastoral Esperança de Deus, Orlandro Kremp, alemão de
Friburgo.
O mais importante, de nosso
giro pelo litoral, foi ganhar o livro de padre Hubert Leeb, Isivaldo
não deve morrer. Lendo toda essa obra literária, você não pode
deixar de se comover e até mesmo deixar cair uma lágrima de emoção.
A luta desse sacerdote austríaco fora de série ( muitos não o
consideram padre, pela natureza de sua formação livre e dedicação
aos pobres, ou mesmo por andar muito com Joana, que a tem como
companheira e secretária, sem a qual ele não teria realizado nada).
Para se ter uma ideia do
trabalho do Pe. Leeb, basta dizer que ele percorreu parte da Europa
com Joana, e esteve na Organização das Nações Unidas, para
explicar sua obra e a necessidade de se ajudar os povos
subdesenvolvidos , que lutam com muitas dificuldades para
sobreviver..
Joana Batista Costa, que o
padre austríaco define como “uma mulata com forte dose de sangue
índio”, exerce papel de “boa samaritana”, valendo-se do seu
carisma para atrair recursos juntamente com o padre estrangeiro até
de organizações internacionais. O dinheiro chove e hoje a obra
social pastoral é conhecida em todo o mundo.
Muito bem impresso e
ilustrado, com fotos de Joana até na ONU, em Nova York, com o
missionário Hubert, o livro Isivaldo não deve morrer foi
impresso por uma editora Alemã, em alemão, vendido muito na Europa,
em favor das obras pastorais do Porto do Mato. Agora é que está
sendo conhecido no Brasil, em português, cujo lançamento oficial se
dará em maio.
O livro em foco descreve
a obra de um padre que veio para o Brasil tornar realidade o lema de
São Francisco, “ onde houver desespero que eu leve esperança”.
Com os olhos de um
estrangeiro, ele captou toda a miséria e alegria do país da mulata
pobre (Joana) e relatou o que viu nos países ricos.
Sua história conquistou e
comoveu o coração dos povos alemão e austríaco e, graças às
doações enviadas, os projetos assistenciais ao Porto do Mato onde
só havia miséria, puderam ser realizados.
(1989)
Daniel
Fernandes Reis- pseudônimo jornalístico
e literário
Carlos
Tadeu
Personalidade e comportamento
O que está acontecendo escandalosamente no Brasil me fez
pensar em dois episódios da minha família.
O primeiro aconteceu quando meu pai teve derrame e após
fazer todos os exames necessários o medico disse que meu pai estava com os hormônios
todos desequilibrados e perguntou se a família não estava percebendo comportamentos
estranhos por parte dele. Então, lembrei de situações bem esquisitas que
estavam acontecendo, e contei ao doutor que a gente achava que era o seu jeito
de ser, mas que estava um pouco pior. A
parti deste dia meu pai fez uso de Puran T4 pelo resto da vida.
O segundo caso, aconteceu com meu irmão. No dia da sua cirurgia
cardíaca, um senhor que se afeiçoou a meu irmão, me chamou e disse: irmã de
Carlos quando seu irmão voltar para casa cuidem dele direitinho, procurem um psicólogo
pra ele, seu irmão é um menino bom, mas ele não é normal. Seus pais nunca
perceberem isso? Pra mim foi um choque. Quem conviveu com ele sabe de todas as
loucuras que ele vivenciava. Mas, a gente pensava: É seu jeito de ser. Este é o
Lico. O Lico que divertia a todos e prejudicava sua vida e que não voltou pra
casa, faleceu nesta dita cirurgia.
E citando esses episódios eu os comparo com a autoridade
máxima da política brasileira, o Chefe do Poder Executivo do país que, em um momento delicado e crucial
que estamos vivendo, faz gozação e brincadeiras que choca os brasileiros e até
mesmo os jornais internacionais.
Um momento de luto coletivo, de preocupações extremas
com vidas e desempregos, um homem que se diz de Deus, com o título de evangélico,
pode demonstrar tanta insensibilidade?
Meu irmão e meu pai com todas suas loucuras e desequilíbrios
nunca, nunca faria o que essa criatura está fazendo.
Qual será o desequilíbrio desse filho de Deus?
Hormonal? Mental?
Esta ocasião que estamos vivenciando é uma alerta
para as próximas eleições, em que devemos observar bem o comportamento dos
candidatos e de seus familiares para não ficarmos na ilusão de “fulano é assim
mesmo” “é o jeito de ser dele”, é a personalidade dele”.
Na minha visão a personalidade e comportamento de
cada um pode ser tolerada dentro da sua casa , e até com amigos quando eles querem
tolerar, mas a parti do momento em que a pessoa que ter a incumbência de cuidar de uma cidade ou de
um país, aí é preciso extremos cuidados, tratamentos psicológicos, ou na melhor
da hipótese cabe a todos os interessados uma boa analise de todos os fatos para
que o arrependimento não nos mate. E como nós diz o dito popular “Não se
arrependa por algo, por pior que seja, tudo sempre traz um aprendizado.” Assim
espero que estes fatos nos sirvam como aprendizado para as próximas eleições.
E isto vale para todas as escolhas da vida, até
para as filiações dos casamentos arranjados ou não.
E viva os
estudiosos da saúde, os médicos, os cientistas e vamos torcer pela vacina e
crer que tudo vai passar!
Paz e saúde para todos!
quinta-feira, 7 de maio de 2020
O mistério da continuidade
Há
um segredo e um mistério em qualquer continuidade. O mundo está
cheio de iniciativas brilhantes que tiveram tudo, menos continuidade.
Por isso, fracassaram. Saber continuar é como viver.
Passar por cima
de todas as cargas negativas, o lado sombrio, as incompreensões e
até mesmo as derrotas e cansaços; e, permanentemente,
continuadamente, prosseguir na meta, insistir no objetivo, buscando
sempre o aperfeiçoamento de cada nova realização.
Todos
começam bem, mas prosseguir é que é difícil.
O
festival Estanciano da Canção não teve continuidade, por isso
fracassou. Está na hora de nos somarmos. O FEC é bom e vale a pena.
Vamos ressuscitá-lo?
A meta Abaís, que já falamos tanto, não deve ficar só no ôba
ôba, com todo seu processo de crescimento. Há um plano de
urbanização sonhado por Bedóia, que inclui até cinema, igreja,
praça urbanizadas e terminal turístico. Precisa de continuidade.
A
Lira Carlos Gomes e a Biblioteca Monsenhor Silveira são exemplos de
continuidade. Por pouco elas não morreram, afundaram de vez. Mas, há
um certo esforço e vontade para continuar a meta e insistir nos
mistérios da continuidade.
Sem
idealismo puro nada se faz. Trabalhar somente por dinheiro, visando
cargos, posições ou vantagens, é “pobre”.
O
milagre da continuidade é dom de Deus. É preciso crer em alguma
coisa. Crer que, apesar de tudo, ainda existem pessoas capazes de
fazer algo por sua terra, dar algo de si mesmo sem esperar
recompensa, no verdadeiro mistério da continuidade.
(1992)
Daniel
Fernandes Reis- pseudônimo jornalístico
e literário
Carlos
Tadeu
Os Apóstolos por Carlos Tadeu
Os
Apóstolos
Eram simples. Muito simples aqueles homens que Jesus escolhera, querendo-os como primeiros discípulos. Homens afortunados, aqueles que puderam viver juntos de Cristo, como amigos, escutar suas mensagens, acompanhá-lo pelos caminhos onde se multiplicavam os gestos de bondade, numa revelação de infinita ternura. Felizes, porque creram em Jesus. No entanto, quantas vezes foram eles insensíveis, incapazes de compreender, intolerantes. Não foi de repente que aqueles homens se converteram. Ninguém, nem eles, conseguiram a santidade de um dia para o outro.
Dúvidas, impaciência, recusas, até invejas houve naquela pequena comunidade, sob o olhar do Mestre Divino. Uma vez receberam severa repreensão de Jesus:
“ Tendo os olhos tão verdes, tender o coração endurecido?”
Quanta paciência e quanto amor Jesus demonstrou sempre diante das fraquezas dos homens.
E hoje? Como andam os que se dizem seguidores de Cristo?
Neste mundo faminto de pão e de amor, devastado pelo egoísmo e cheio de ódios, neste mundo moderno e frio, onde pobre padece na penúria e no abandono , será que os seguidores do Mestre são mais humanos, mais simples e caridosos?
É certo que ninguém fica santo de repente, apenas pelo fato de estar seguindo Jesus. Também hoje há impaciências e dúvidas. Hoje, também, os seguidores de Jesus se mostram insensíveis, incapazes de compreender, intolerantes. Também hoje, o egoísmo está presente. Numerosos são os que atiram pedras sem lembrar da sua própria condição.
Ah, se hoje também existisse aquela humildade capaz de dizer , “ Senhor, tem piedade de mim que sou pecador”! …
A verdade é bem outra daquela que sonhamos ou preferíamos que fosse, porque nem tudo ocorre numa sincronia perfeita, pois todos somos pecadores, em busca de uma “força” maior para sobreviver.
A humildade agrada ao Mestre e salva os discípulos, que somos todos nós…
(1992)
LIVRO CRÔNICAS DA VIDA- II
Daniel Fernandes Reis- pseudônimo jornalístico e literário
Carlos Tadeu
O poeta Elísio Matos
Muito já se escreveu mas, na verdade, pouco se disse sobre a figura humana, inesquecível de Elísio de Matos, um dos intelectuais mais respeitados de Estância, neste século. Aqui ele nasceu e viveu durante sessenta e um anos. Aqui morrendo cumprindo sua missão na terra.
Pouco se disse sobre sua obra literária, principalmente como poeta estanciano e Sergipano dos bons. Voltado sempre para o pensamento e as coisas sérias da existência.
Elísio era um pensador, na melhor expressão da palavra. Como poeta, deixou extravasar sentimentos puros do coração; poetizava enquanto elaborava questionamentos, buscando, por vezes, ensejos mais nobres e mais altos do espírito.
Conhecia a vida em profundidade, para um homem do interior. Inteligente, buscador de verdade, não se deixou iludir pelas pompas e aparências efêmeras.
- A vida é porto, é passagem – dizia, consciente do seu próprio destino. E frisava:
- Daí a necessidade de vivermos de bem com a vida, aceitando todas as suas provações sem revoltas e sem mágoas, e, sobretudo, estabelecendo uma boa relação com Deus, para que a “irmã morte”, no dizer de Francisco de Assis, não nos pegue de surpresa.
Elísio poeta, cronista aplaudido, redator admirável, questionava a vida e o mundo, sem entender o porque de tantas provações. Mas ele, tão sincero e bom, espiritualista, aceitou as duras provas existenciais como etapas da sua própria evolução, em busca de uma vida melhor, aqui na terra como em “ outro plano”
Filósofo e mestre da melhor escola- a escola da vida- tinha contudo, plena consciência de que tudo se resume ao mandamento máximo de Jesus: “ o amor ao próximo como a si mesmo”, o bem vivido e praticado, na poética simplicidade de ser e de existir.
Elísio, autodidata, com enorme amor pelos livros e muita dedicação ao estudo, nunca em verdade parou de estudar e aprender: ele foi aluno e mestre de si mesmo.
Teve muitos e bons amigos, de todas as camadas sociais, ricos e pobres, intelectuais e iletrados. Escreveu centenas de boas crônicas, poesias, ensaios literários e um romance, que não chegou a concluir.
Certa vez, confessou a um colega de imprensa, que seu maior desejo era fundar um jornal cultural e continuar escrevendo coisas boas, passando a trabalhar somente pelo poder do espírito. O que mais lhe dava prazer era justamente o contato diário com os livros, escrevendo e servindo, na medida das suas possibilidades.Exemplo, para nossa juventude, de homem honesto e bem estudioso, ele nos deixou belas lições de vida, de amor vivido e praticado. Aprendendo sempre mais, para ser útil e servir melhor.
Mais do que merecida, portanto, esta homenagem ao vovô Elísio, como era carinhosamente chamado- figura tão querida e simpática em nossa terra, que dificilmente será esquecida.
(1988)
LIVRO CRÔNICAS DA VIDA- II
Daniel Fernandes Reis- pseudônimo Carlos Tadeu
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